A relação conceitual com o processo criativo, nesta série, se iniciou quando percebi, a reincidência da erupção do elemento água no meu estado onírico.
Surgiu a indagação: O que este símbolo do elemento água, carrega em sua entranha que deve ser observado e conhecido? Qual é o seu significado? 
Como joalheira contemporânea, minha investigação, durante este processo foi observar de forma contemplativa este elemento essencial a vida. O que possibilitou reconhecer e sequenciar padrões, processar dados enfim decifrá-lo. Ao mimetizar suas formas em desenhos, passei a executá-los, pela técnica do repuxado, em materiais tais quais: cobre, latão, alpaca. 
Procurei encontrar o equilíbrio entre o volume, a forma e os espaço, inclusive dos vazios. A forma da gota, num ritmo de repetição proporcionou uma experiência estética de movimento.
A água, que é a metamorfose entre o fogo e a terra, é, portanto, um elemento transitório. Utilizei, essencialmente, o metal cobre que, assim como a água são essencialmente elementos de transição, e seus movimentos produzem novos elementos, sem perder suas propriedades. O cobre, através de ligas, se transforma em latão e também em alpaca, os quais herdam suas características.
Neste ciclo harmônico surge a madeira, que carrega em si elementos próprios: expande, dimensiona, esparrama. Foram utilizadas lâmina de madeira e de metais de pouca espessura, na procura de demonstrar a leveza e a fragilidade inserida na harmonia destes elementos.
O elemento água- garante sua fluidez através da ligação de substâncias opostas, positivas e negativas, desfaz, rejeita, dissolve, se repete, elimina, purifica, dá origem à vida, cura. Portanto, o padrão, equilíbrio, fluidez, movimento, fragilidade, foram os adjetivos que guiaram na escolha dos materiais, desenhos e montagens da série.